Ela se permitiu. Pela primeira vez em muito tempo ela se permitiu sentir, viver, respirar. Ela se sentia livre, se sentia bem com ela mesmo, com o mundo. Não daria mais ouvidos ao que as pessoas falavam, no final de tudo ela entendia que o que importava era a opinião dela mesma e de mais ninguém.

    E a velha história 'a garota encontra o mundo' quando se permitiu. E mesmo com a incerteza do futuro que tanto a amedrontava, ela só queria viver ali, no presente, independente do que o futuro guardaria. Porque ela sabia que no final tudo valeria de alguma coisa, seja uma lembrança boa, ou uma lição valiosa.

    Ainda que todos diziam pra ela ter esperança de que tudo iria dar certo, no fundo era isso que faltava nela, esperança. Ela tinha medo, a incerteza de sempre achar que estava incomodando, de achar que não era suficiente. Mas ainda assim, ela vivia, ou pelo menos ela tentava viver, ainda que algumas vezes seu planos falhassem um pouco.

   Apesar de se permitir, de viver, ela tinha medo. Tinha medo de perder, perder algo que ela nunca teve.